Editorial
Saúde é prevenção
Gera indignação e revolta ver doenças evitáveis voltando à tona. Na manchete de sexta-feira, o DP trouxe a informação do primeiro caso de sarampo desde 2020 em solo gaúcho. Tratava-se de um menino paquistanês, que desembarcou em Rio Grande no final do ano passado e apresentou, na sequência, os sintomas. Não estava vacinado. E, embora o RS tenha mais de 90% da cobertura vacinal, ainda está abaixo da meta, 95%.
Uma das piores coisas que o mundo das redes sociais nos trouxe foi dar voz a movimentos antivacinação. Por séculos sofremos com doenças que hoje conseguimos erradicar ou controlar. Deixá-las voltar é, além de um desrespeito com a vida, um retrocesso diante de algo provado múltiplas vezes, que é a eficácia da imunização contra doenças. Por mais que muitos duvidassem da eficácia, foram as vacinas que nos ajudaram a vencer o Covid-19. Se hoje não usamos mais máscaras, podemos abraçar quem amamos e nos deslocar para onde bem quisermos, foi graças à imunização coletiva. Quer memória mais recente que isso para entendermos a importância da prevenção?
Agora, o País começa a imunizar também contra a dengue. Depois de décadas sendo um dos principais temores na saúde, com o Aedes aegypti causando também outras doenças, e em alta aqui na região, enfim, haverá prevenção. Apesar de seguir uma lógica bastante clara, o ponto questionável disso é a divisão das 6 milhões de doses. O RS, por exemplo, não terá nenhuma, já que a distribuição se dará dentro de fatores como histórico da doença e tamanho das cidades. Uma pena. O lado bom é que elas serão voltadas às crianças, quem mais costuma sofrer com internações.
A questão do sarampo, que assusta, passa por uma ampla prevenção geral agora. A página 12 desta edição do DP traz alguns desdobramentos a partir do novo foco da doença. Com sorte, imagina-se que seja só um caso isolado. No entanto, ele serve de alerta para pais e responsáveis sobre a importância do cuidado com a saúde dos pequenos. Por mais que não vejamos mais algumas doenças no dia a dia, precisamos lembrar que isso tudo é fruto da prevenção e da imunização em massa, como o caso da pólio, por exemplo. Esquecer-se disso é desrespeitar as vítimas que sofreram no passado, falhar com a geração atual e colocar em xeque o futuro.
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